Entre os dias 1 e 3 de agosto de 2025, o CEU Carrão, na capital paulista, sediou a 4ª Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos LGBT+ de São Paulo. O evento, realizado pela Secretaria da Justiça e Cidadania por meio da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual, reuniu centenas de lideranças da sociedade civil e do poder público de todas as regiões do estado, consolidando-se como um dos maiores marcos da participação social da população LGBT+ paulista.
Mais do que um evento, a conferência foi o resultado de um intenso processo democrático, construído por uma Comissão Organizadora plural, técnica e politicamente comprometida, que se dedicou por meses ao planejamento, estruturação e execução do encontro.
A força da coletividade
A Comissão foi formada por representantes da sociedade civil organizada, do Comitê Intersecretarial de Defesa da Diversidade Sexual e do poder público municipal, refletindo a diversidade territorial, política e institucional da luta LGBT+ em São Paulo.
À frente da articulação técnica da conferência esteve o coordenador estadual de Políticas para a Diversidade Sexual, Rafael Calumby Rodrigues, cuja liderança estratégica, escuta sensível e capacidade de articulação institucional garantiram a legitimidade do processo e o fortalecimento da construção coletiva.
Ao lado de Rafael, a sociedade civil teve atuação determinante. Entre os nomes, Alessandra Acedo, presidenta do Conselho Estadual LGBT da gestão 2022/agosto de 2025, teve papel central não apenas na articulação política como também na condução das plenárias e na posse histórica da nova gestão do Conselho.
Everton Moraes Cornélio, do Fórum LGBT+ do Alto Tietê, contribuiu ativamente com a mobilização regional e foi essencial no engajamento de municípios do interior e do litoral.
Gedilson dos Santos Procópio da Silva (Ghe Santos), ativista e consultor de políticas públicas, trouxe seu conhecimento técnico e sensibilidade comunitária para a construção metodológica do evento.
Valdirene dos Santos, representante do município de Campinas e também membro do Conselho Estadual LGBT+, protagonizou a condução das plenárias, garantindo que os debates fossem respeitosos, democráticos e politicamente qualificados.
Anderson Pirota e Anselmo Figueiredo, também conselheiros estaduais, atuaram de forma dedicada nos bastidores, assegurando a coerência política e o respeito às deliberações da etapa estadual.
Robson de Carvalho, do Grito da Diversidade de Diadema, e Carlos Pinheiro, da Rede Amalgamar, contribuíram com articulações estratégicas e importantes análises territoriais.
Letícia Victoria Barreto de Arruda, do Coletivo Maria das Neves (Cubatão), e Wellington Paulo da Silva Araújo, do Conselho Municipal LGBT de Santos, representaram com potência a Baixada Santista, mobilizando lideranças locais e ampliando a capilaridade do evento.
Maciel Silva Nascimento, da FETAM-SP, garantiu a articulação com o setor sindical, reforçando a interseccionalidade das pautas.
Já Kel Fernando Azevedo de Simões, Mayke Reymond da Cruz Ferreira e Walter Mastelaro Neto trouxeram contribuições valiosas nos eixos de empregabilidade, saúde mental e acolhimento às juventudes.
O compromisso intersecretarial e municipal
A presença do Comitê Intersecretarial de Defesa da Diversidade Sexual na Comissão também foi decisiva.
Israel Leite Belleza (Transportes Metropolitanos), Nelson Cesar Rosa Vieira (Segurança Pública), Ricardo André Cardoso (Casa Civil) e Solange Guerra Bueno (Esportes) garantiram o envolvimento direto das pastas estaduais na construção do evento, reafirmando a transversalidade da pauta da diversidade sexual.
Do lado municipal, a Comissão contou com representantes comprometidos com a execução de políticas públicas locais:
Bruno de Souza Ribeiro (Cubatão), Jackson Nunes, Paloma Paula Paulino Melo, Marcos Vinícios da Silva Santos e Taiane Miyake (São Vicente e Santos) contribuíram para o elo entre Estado e municípios, enquanto Marcelo Gil (Santo André) e Valdirene dos Santos (Campinas) reforçaram o compromisso com a regionalização das políticas públicas.
Subcomissões: estrutura e funcionalidade
A Comissão foi dividida em quatro subcomissões que viabilizaram tecnicamente o evento:
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Metodologia, conteúdo e programação – responsável por coordenar os eixos temáticos e a dinâmica dos trabalhos;
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Infraestrutura, logística e acessibilidade – cuidou da estrutura física, materiais e acessibilidade do espaço;
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Homologação das inscrições e credenciamento – garantiu a transparência e organização do acesso e participação dos delegados;
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Comunicação e mobilização – essencial para a divulgação ampla, envolvimento da sociedade civil e presença nas redes sociais.
Cada subcomissão teve papel estratégico e trabalhou de forma integrada, o que garantiu a fluidez das atividades e a coerência do processo conferencial.
Resultados e legado
Durante a conferência, foram eleitos delegados para a etapa nacional e aprovadas dezenas de propostas com foco na promoção de políticas públicas voltadas à população LGBT+.
Os temas debatidos e deliberados incluíram:
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saúde integral,
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educação inclusiva,
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empregabilidade,
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segurança,
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cultura,
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enfrentamento à violência e à discriminação, entre outros.
Além da programação interna, a conferência promoveu, na área externa do CEU Carrão, ações abertas à comunidade:
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mutirão de retificação de prenome e gênero,
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atendimentos do CRT/AIDS e do PROCON-SP,
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além de serviços jurídicos e de cidadania.
História e resistência
A 4ª Conferência Estadual LGBT+ de São Paulo entra para a história como um exemplo de construção coletiva, maturidade institucional e resistência política. A dedicação de cada membro da Comissão Organizadora foi essencial para a realização de um evento técnico, democrático e afetivo, onde a diversidade não apenas foi pauta — mas método e princípio.
Ao final, o que se viu foi mais que uma conferência: foi um grande encontro de vozes, corpos, territórios e sonhos, que reafirmou o compromisso do Estado com a dignidade, os direitos humanos e a cidadania LGBT+.
4ª Conferência Estadual LGBT+ de São Paulo