A arte sempre esteve presente na vida de Marcelo Mendx, 29 anos, designer de moda, artista e criador de experiências visuais que unem identidade, cultura e emoção. Desde criança, no sertão de Pernambuco, a moda, a dança e o teatro já eram parte do seu imaginário. Brincadeiras com primas e amigos se transformavam em pequenas encenações, nas quais a avó, costureira autodidata, foi a primeira grande referência criativa.
Com tecidos, agulhas, tesouras e máquina de costura, Mendx começou a explorar as possibilidades da moda e da performance. Ainda jovem, entrou para grupos de teatro e quadrilhas juninas, onde atuou como bailarino e ator, mas também se destacou pela criação dos figurinos dos espetáculos.
Após concluir o ensino médio, formou-se em Produção de Moda pelo SENAI em 2015. Durante a pandemia, finalizou sua graduação em Design de Moda pela Faculdade de Pernambuco, consolidando a base acadêmica que fortaleceu sua expressão artística. Foi nesse período que Marcelo estruturou seu maior sonho: construir a sua própria marca.
“Mendx sou eu”, resume o designer, que transformou sua vivência pessoal em assinatura criativa. Sua trajetória inclui parcerias em São Paulo, produções multiculturais em Pernambuco e trabalhos marcantes como a criação de looks para o Carnaval e figurinos de artistas. Entre as memórias mais especiais, guarda sua primeira participação na Vogue Brasil, com um look usado por Domitila Barros, ex-BBB, empresária e cantora.
Em sua caminhada, nomes como Fátima Bernardes e Túlio Gadêlha também cruzaram sua história, reforçando a força de seu trabalho autoral.
Hoje, Marcelo Mendx celebra uma década de carreira profissional e artística. Jovem, periférico, gay e afro-indígena, ele simboliza a potência de uma geração que transforma ancestralidade, diversidade e resistência em moda.
“Celebrar dez anos de jornada é mais do que um marco pessoal — é a prova de que a arte pode ser caminho, voz e futuro”, afirma.
Matéria produzida por Cena de Recife.
