PICC no Hospital Mahatma Gandhi – Maricá: Avanço no Cuidado Neonatal e Pediátrico

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Em abril de 2022, o Hospital Municipal Conde Modesto Leal (HMCML), sob gestão compartilhada da Associação Mahatma Gandhi, deu um passo importante em qualidade assistencial ao promover um treinamento especializado para enfermeiros e técnicos de enfermagem da maternidade e pediatria sobre o uso do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC). Além disso, foi implantada a Comissão de PICC, marcando uma etapa decisiva na evolução dos serviços hospitalares para recém-nascidos e crianças da região de Maricá. 

O que é o PICC e por que ele importa 

O PICC é o Cateter Central de Inserção Periférica, um tipo de cateter inserido em veias periféricas, mas que segue por um trajeto mais longo até alcançar veias centrais ou semi-centrais. Esse tipo de via é usado para terapias intravenosas de longo prazo, para administração de medicamentos, soro ou nutrição parenteral, sem comprometer constantemente os acessos periféricos menores. 

Entre os benefícios do PICC estão: 

  • Redução de punções repetidas em veias periféricas, diminuindo dor, desconforto, risco de flebites e complicações. 
  • Maior segurança para o paciente em uso prolongado de medicações ou ambiente hospitalar. 
  • Menos intervenções invasivas nos pacientes neonatais ou pediátricos, que têm veias delicadas. 
  • Possibilidade de uso seguro também para infusões contínuas ou de substâncias que irritam veias periféricas. 

 

Como foi o processo de implantação no HMCML 

O hospital adotou uma abordagem estruturada: 

  • Treinamento de equipe
    Aproximadamente 100 profissionais da maternidade e pediatria participaram do curso de atualização nas técnicas de inserção, manutenção e uso do PICC. O objetivo foi garantir que não só os enfermeiros que vão inserir o cateter estejam habilitados, mas que toda equipe saiba das implicações: cuidados com curativos, possíveis complicações e manejo adequado.
  • Comissão de PICC criada
    Uma comissão interna foi formada para supervisionar e coordenar o uso e a implementação do PICC no hospital. Esta medida ajuda a institucionalizar o uso do dispositivo, estabelecer protocolos, monitorar complicações, e garantir que haja responsabilidade técnica e continuidade do cuidado.  
  • Parcerias institucionais de suporte técnico e educacional
    A capacitação foi promovida pela gerência multidisciplinar do Complexo Maricá, pela direção de enfermagem do HMCML, com apoio do Núcleo de Educação Permanente (NEP) e coordenações de maternidade e pediatria. Essas colaborações internas fortalecem o compromisso de garantir qualidade técnica e segurança no procedimento.  *
  • Foco nos pacientes mais vulneráveis
    O projeto inicia-se em neonatologia e pediatria, que demandam cuidados extremos, e pretende se estender para pacientes adultos. Essa estratégia prioriza onde o impacto pode ser maior — redução de dor, número de punções, complicações, etc.  

 

Impactos esperados e benefícios à comunidade 

A implantação do PICC, com equipe treinada e protocolos adequados, traz uma série de benefícios para os pacientes, enfermeiros, para o hospital e para a saúde pública de Maricá: 

  • Melhora na qualidade do atendimento: pacientes neonatais e pediátricos terão acesso a terapias mais seguras e confortáveis, com menor sofrimento físico. 
  • Redução de complicações: menos infecções, menos irritação nas veias periféricas, menor risco de extravasamento, entre outros problemas comuns em acessos intravenosos prolongados. 
  • Eficiência no serviço hospitalar: diminuição de retrabalho, menos trocas frequentes de acesso venoso periférico, menos desperdício de insumos, melhor uso do tempo da equipe. 
  • Satisfação da equipe de enfermagem: com treinamento adequado, menos incertezas operacionais, sensação de capacitação e protagonismo. 
  • Desenvolvimento institucional: com protocolos, comissões, manutenção da qualidade, possibilidade de auditoria e melhoria contínua. 
  • Impacto social: para famílias de pacientes, ver que o hospital local oferece práticas modernas e seguras — evitando encaminhamentos ou tratamentos menos confortáveis ou seguros em outros locais. 

 

Exemplos de boas práticas semelhantes 

Embora o PICC ainda seja relativamente recente em muitos hospitais públicos ou de gestão pública no Brasil, há outros casos de hospitais ou maternidades que adotaram esses centros “PICC” ou comissões para implantação, mostrando resultados positivos como: 

  • Adoção de protocolo de PICC em maternidades referência, com diminuição de complicações vasculares em neonatos. 
  • Treinamentos regulares de equipes de enfermagem para garantir que todos conhecidos os cuidados de manutenção, curativos, identificação de sinais de complicações. 
  • Monitoramento sistemático — registros de uso, incidentes, manutenção do cateter — que permitem medidas corretivas rápidas. 

 

Desafios e perspectivas futuras 

Nenhuma implantação desse tipo vem sem desafios: 

  • Garantir que todos os insumos necessários (cateteres adequados, materiais de curativo, pomadas, etc.) estejam disponíveis continuamente. 
  • Sustentar a capacitação contínua, visto que rotatividade de pessoal, folgas e intercorrências podem gerar lacunas de conhecimento. 
  • Monitorar os indicadores de complicações, infecção e eficiência para avaliar realmente os benefícios. 
  • Expandir o uso para além de pediatria e neonatologia, equilibrando custo, necessidade e segurança para pacientes adultos. 

Mas, com as bases já estabelecidas — comissão, equipe capacitada, protocolos — o Hospital Mahatma Gandhi via OSS Mahatma Gandhi / Complexo Maricá tem uma excelente perspectiva de sucesso, ampliação e consolidação dessa prática. 

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