Segurança do Paciente no Hospital Mahatma Gandhi (Maricá): Protocolos, Instâncias Institucionais e Elevados Padrões de Qualidade

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A busca contínua pela excelência no cuidado em saúde exige não só investimento em infraestrutura ou recursos humanos, mas, sobretudo, uma cultura institucional robusta de segurança do paciente. No Hospital Mahatma Gandhi, em Maricá, essa cultura está sendo consolidada por meio da implementação de comissões, protocolos e monitoramento de indicadores que reforçam a segurança nos atendimentos, promovendo atendimento mais seguro, humanizado e eficaz. 

A base institucional: comissões e instâncias de governança 

Uma das mais fortes demonstrações de comprometimento com a segurança do paciente no Hospital Mahatma Gandhi é a existência de comissões e instâncias responsáveis pela prevenção de riscos e acompanhamento de boas práticas. 

  • CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio): Em abril de 2024, ocorreu a posse da gestão 2024‑2025 da CIPA do Hospital Mahatma Gandhi. Essa comissão surgiu como um espaço formal para discutir segurança, identificar riscos, assédio e promover bem‑estar dos colaboradores. A eleição da gestão envolveu treinamento intensivo de quatro dias ministrado por profissionais do SESMT, capacitando os membros da CIPA tanto teoricamente quanto na prática para lidar com incidentes, prevenção, monitoramento, sinalização, entre outros temas. 
  • Comissão ou Núcleo de Segurança do Paciente e/ou comissões especializadas: Além da CIPA, outras comissões ou comitês técnicos focados diretamente em práticas assistenciais, risco clínico, infecção hospitalar ou protocolos específicos (como o PICC – Cateter Central de Inserção Periférica) têm sido implementadas ou reforçadas. O artigo “Mahatma Gandhi promove treinamento sobre PICC … e implanta comissão em Maricá‑RJ” mostra como a instituição criou uma comissão de PICC para supervisionar a implantação da terapia, sua manutenção e possíveis complicações, garantindo protocolo e responsabilidade técnica.  

Essas comissões são fundamentais para institucionalizar as boas práticas, gerar responsáveis técnicos pelo cumprimento dos protocolos, promover revisões constantes de procedimentos e manter uma cultura de segurança presente no dia a dia dos profissionais. 

 

Protocolos: padronização e adoção de práticas seguras 

Para que a segurança deixe de ser uma intenção e se torne realidade constante no hospital, é essencial que haja protocolos claros, bem desenhados e seguidos por toda a equipe. No contexto do Mahatma Gandhi, algumas práticas e protocolos já em curso, ou em implantação, destacam-se: 

  • Treinamento em PICC: Este protocolo prevê não só a inserção do cateter, mas também seu uso seguro, manutenção, curativos, identificação de complicações, bem como a capacitação de toda a equipe envolvida – enfermeiros, técnicos de enfermagem, coordenações de maternidade e pediatria. Isso assegura padronização, redução de variações indesejadas nos procedimentos e menor risco para o paciente (dor, infecção, complicações vasculares). 
  • Identificação do paciente: Apesar de não haver informação específica recente sobre esse protocolo no Mahatma Gandhi nos últimos relatórios que localizei, essa é uma prática altamente recomendada pelos planos estaduais e nacionais de segurança do paciente. Hospitais que implementam identificação segura do paciente evitam erros de troca de medicação, de exames e procedimentos. Essa prática é parte integrante do Plano Estadual de Segurança do Paciente no Rio de Janeiro. 
  • Gestão de riscos e eventos adversos: Instituições referência, incluídas EBSErh, hospitais universitários e redes públicas, utilizam checklists, auditorias internas, monitoramento de incidentes e eventos adversos, bem como divulgação de indicadores internos para todos os profissionais, para aprendizado e correção de falhas. 
  • Segurança na medicação e procedimentos invasivos: Hospitais e planos de segurança do paciente enfatizam que erros de medicação, falhas na administração ou uso inadequado de dispositivos invasivos são grandes fontes de risco. Protocolos claros para prescrição, dispensação, administração, e checagem cruzada de dados são essenciais. 

 

Indicadores de qualidade: monitoramento, transparência e melhoria contínua 

Ter protocolos e comissões é um avanço, mas a efetiva segurança do paciente depende de monitoramento sistemático de indicadores e uso desses dados para melhoria contínua. 

Alguns exemplos de indicadores que hospitais de referência acompanham, e que poderiam – ou já são – adotados pelo Mahatma Gandhi: 

  • Taxas de infecção hospitalar (central venosa, respiratória, de ferida operatória etc.). 
  • Número de quedas de pacientes com ou sem lesão. 
  • Número de erros de medicação ou quase‑erros relatados. 
  • Tempo de identificação correta do paciente (ex: verificação de pulseiras, prontuários). 
  • Cumprimento de protocolos de higienização de mãos. 
  • Satisfação do paciente quanto à percepção de segurança, comunicação pela equipe etc. 

Outros hospitais com perfis similares têm obtido certificações ou reconhecimentos em Avaliações de Práticas de Segurança do Paciente (como aquelas promovidas pela Anvisa, secretarias estaduais de saúde etc.). Por exemplo, hospitais da Rede Ebserh investem na cultura de segurança com auditórios, rondas gerenciais, checklist rigorosos, programas de prevenção de infecção e uso de indicadores para medir o sucesso.  

 

Exemplos reais e inspiração de outras instituições 

Para reforçar a importância dessas práticas e mostrar que elas são viáveis e eficazes, alguns casos reais: 

  • O Hospital Universitário de Ponta Grossa (HU‑UEPG), no Paraná, que conseguiu por dois anos consecutivos certificações de “Boas Práticas em Segurança do Paciente” em avaliações da Secretaria de Estado da Saúde. Isso demonstra que protocolos bem implantados, equipes capacitadas e cultura institucional são reconhecidos formalmente.  
  • O Projeto “Paciente Seguro”, promovido em Minas Gerais, que busca reforçar boas práticas como identificação do paciente, checagem de medicação, uso correto de equipamentos, participação do paciente/família, entre outras ações.  
  • Hospitais da Rede Ebserh que adotam rondas de avaliação pelas lideranças, uso de protocolos padronizados, campanhas de higienização das mãos, treinamentos regulares e monitoramento contínuo de eventos adversos. 

 

Situação atual e potencial no Hospital Mahatma Gandhi 

Com base nas iniciativas que já são de público conhecimento no Hospital Mahatma Gandhi / Associação Mahatma Gandhi em Maricá: 

Pontos fortes: 

  • A implantação do PICC, com comissão e treinamento, evidencia que há estrutura para adotar boas práticas e introduzir novos protocolos, com comprometimento institucional.  
  • A posse da CIPA com participação e formação adequada dos membros.  
  • Investimentos recentes em mobiliário e equipamentos para conforto e melhor atendimento dos pacientes SUS, que, além de infraestrutura, ajudam na segurança geral (como equipamentos de monitoramento e leitos adequados) e nas condições de trabalho para a equipe. 

Desafios e oportunidades: 

  • Ampliar o uso de indicadores de segurança do paciente com mais visibilidade interna (para equipes) e externa (relatórios públicos). 
  • Criar ou fortalecer um Núcleo de Segurança do Paciente formal, se ainda não estiver plenamente funcional, com profissionais dedicados, rotinas de auditoria, reuniões regulares de revisão de incidentes. 
  • Estender protocolos já implantados (como PICC) para outros setores do hospital – adultos, UTI etc. 
  • Melhorar a participação de pacientes e familiares nos processos de cuidado (comunicação clara, identificação segura, consentimento informado, esclarecimento de riscos etc.). 
  • Fortalecer treinamento contínuo em segurança, uso de checklist, padronização de procedimentos invasivos, administração de medicamentos, entre outros. 

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